16 de dezembro de 2010

Nostalgia.

    Ah, a velha nostalgia, aquela sensação de saudade de coisas que foram vividas, estas que marcaram o passado, que diferente da saudade, não diminui e sim, aumentam quando entram em contato com tal situação e além de aumentarem, essa sensação nostálgica dói, dói mais do que bater o dedinho do pé em uma quina de armário. Nostalgia é como o anoitecer, quando o dia já acabou e você olha para trás e pensa, já foi.

    Ah a nostalgia, palavra tão nostálgica, sempre que a pronuncio lembro de tudo que passei, das coisas que aprendi, dos doces pedaços de chocolates que derreteram em minha boca e das amargas frutas que mastiguei. Lembro de uma palavra, uma expressão, uma hora, uma data ou um minuto. Dos batimentos cardíacos que aceleraram naquele abraço ou do suor frio da minha mão enquanto recebia aquele beijo. Recordo pessoas que passaram por minha vida, que por algum motivo hoje não estão mais presente, recordo momentos ruins, mas que por algum aprendizado gostaria de revive-los. Aquelas sacolas imensas de papel picado que jogava pela janela do prédio quando o Brasil fazia um gol em uma Copa do Mundo ou um cheiro, um sabor, uma luz, uma cor... Penso que falar em nostalgia seja tentar fazer com que tudo isso revivessem, e elas revivem e muito mais intensamente agora em minha memória.

    Hoje, o sentimento nostálgico foi desperto por um abrir de uma caixa, e nesse ato, o encontro de um velho e antigo companheiro:  


 


Sim, todo esse sentimento foi causado pelo Super Nintendo, aquele velho vídeo game que muitos da minha geração tiveram o prazer de ter. Isso me fez parar e recordar dos outros vídeo games que tive, como Mega Drive e o clássico Atari, que me perdoe quem nunca teve algum desses, mas provavelmente não teve uma infância tão boa quanto as de pessoas que tiveram. Hoje recordei os jogos, aquelas musiquinhas somente instrumentais, clássicas desse tipo de jogos, aqueles gráficos péssimos, bonequinhos saltitantes, moedas, anéis, bananas, ou coisas do gênero que valiam como bônus. Os chefões de finais de fase, ahhh como eu sofria com esses chefões, as vidas perdidas, as mãos suadas no controle remoto, os gritos de quando algo dava errado... É, nostalgia que não tem fim.

    O que me levou a procurar meu vídeo game foi uma reportagem que estava assistindo com o meu namorado sobre novos aparelhos eletrônicos, no caso em questão, é claro, os games. É surpreendente ver a nova tecnologia, como cada vez mais a pessoa está interagindo com o jogo de uma maneira mais real, contudo ser surpreendente não significa que isso um dia irá substituir jogos como Sonic, Mário World, Streets of Rage, Pac Man, Mortal Kombat, Mega Bomberman... se eu continuar a lista provavelmente será grande, pois realmente eu era fissurada nesses jogos, principalmente os "masculinos", sempre tive meu lado muleca em relação a brinquedo.

    Minha idéia não era manter esse blog atualizado, mas hoje eu não resisti. Para terminar, sem querer dar uma de intelectual, vou usar uma frase de Clarice Lispector,  "Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. " Se saudade é isso, nostalgia é quando a comida, a presença para matar a tal fosse já tivesse cessado.

2 comentários:

  1. Genial Fer. Que texto maravilhoso. Não preciso comentar o quanto sinto saudades dessa época. Eu tive o nintendinho 8 bits (e tenho ainda) e passava horas jogando joguinhos como Ice Climber e outros joguinhos simples com o meu pai. Os nossos preferidos eram os de corridas. Ahhh... os jogos de corrida. Passávamos horas, a madrugada iniciava-se e estávamos nos degladiando haha. O que eram aqueles tempos...? eu chegava na locadora Destroyer Games na sexta-feira, aí por 8h30, antes de abrir, para poder locar algumas fitas antes que outros chegassem na minha frente. Eu pegava 2, pq aí podia ficar jogando sábado, domingo e entregar só na segunda. Eu e meus amigos passávamos jogando dia e noite até conseguir zerar. Afinal, segunda tinha que devolver. A adrenalina e a ansiedade eram ainda maiores justamente por esse motivo. Em casa eu jogava debaixo das cobertas, gritava, esperneava na frente da tv quando não conseguia passar as fases. Eu encarnava nas histórias. Nos jogos de futebol eu via aqueles jogadores como se fossem reais. Na verdade isso acontecia em todos os jogos, é como se fosse um teatro, tu encarna tanto nas histórias, que tua imaginação transforma os personagens em reais por um certo tempo. Às vezes eu até sonhava com alguns. Mas nunca eram sonhos ruins, sempre sonhos desafiadores. Sonhava com as músicas, tentava tocá-las no teclado. Quando era bem novinho, algumas até me faziam chorar. Lembro de uma música de um jogo do Atari de um menininho que tinha que pular uns buracos e altos desafios para conseguir chegar em casa. E quando ele chegava tocava uma musiquinha muito bonita. Eu devia ter uns 4 ou 5 anos. Eu me derramava em lágrimas. Bons tempos.

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  2. É verdade !
    Nada como um Atari, ou um CCE que eu tinha e jogava a noite toda com meu pai, clássicos como "pac-man" e "River Raid".
    Algumas vezes eu "flaguei" meu pai "virando" madrugada no "pac".
    Nostalgia...
    Belo post, show.
    Abçs,
    Ander

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